Gastos na ponta do lápis ajudam a sair do vermelho

Tauana Marin


Do Diário do Grande ABC

 
Com a chegada do fim do ano, o comércio se aquece, assim como o bolso do cidadão. O consumo desenfreado atrelado aos gastos mensais podem levar algumas pessoas a contraírem grandes dívidas. Sem falar naquelas que já estão no vermelho.
Manter uma simples equação (receita maior que as despesas) nem sempre é tarefa fácil. Para a diretora de estudos e pesquisas do Procon-SP, Valéria Rodrigues Garcia, o descontrole financeiro começa quando todos os gastos não são colocados na ponta do lápis. "O problema não são as prestações com o carro, casa, estudos. As contas altas são lembradas facilmente pelas pessoas. O perigo está nos supérfluos e nos gastos na rua."
O cartão de crédito e o cheque especial contribuem para que os deslizes financeiros aconteçam e são os vilões de qualquer conta no vermelho. Quando isso acontece, o melhor a fazer é quitar as dívidas por meio de um empréstimo pessoal, no qual os juros são bem menores, uma média de 5,26% ao mês - diferença gritante quando comparada com os juros do cheque especial, que em média são de 8,79% no mês.
"A dica é trocar dívidas ‘gordas'' por ‘magras''. Ou seja, dívidas com juros maiores por menores. Caso contrário, a pessoa se torna inadimplente com as contas básicas como água e luz", aconselha o professor de Contabilidade e Finanças da FGV Strong, Sérgio Gramcianinov.
Para ele, outro perigo é quando a pessoa passa a pagar o valor mínimo das parcelas do cartão de crédito - em seis meses a dívida praticamente dobra, se considerar uma taxa de juros de 10% ao mês.
Outra regra básica para não ficar com a conta negativa e com os boletos atrasados é cortar os gastos dentro de casa. Despesas com serviços de água e energia elétrica podem ser reduzidas se bem utilizadas. Mudar o celular pós-pago para o pré-pago, cortar a TV a cabo, reduzir os custos com a internet e fazer uma lista de supermercado também contribuem para o bom "andamento" das contas, afirma Valéria.
É importante ter cuidado na compra do carro novo, mesmo que as prestações caibam no bolso. "É preciso contar com os gastos do combustível, manutenção e impostos."
Com a proximidade do Natal e os gastos característicos de fim de ano (como viagens, matrícula/material escolar e IPTU) fica um conselho: prefira compras à vista, principalmente se houver desconto de 5% a 10%. "Parcelar compras, mesmo sem acréscimos, pode ser uma boa opção. Mas, para quem não coloca as despesas numa planilha mensal ou na ponta do lápis, pode ser um risco", diz o professor da FGV.

Serviço: O Procon-SP promove dia 20 (terça-feira) palestra gratuita sobre orçamento doméstico. As inscrições podem ser feitas pelo 3824-7065 ou pelo site www.

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